segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Grenal nas pistas

Retomando as aventuras do Seu Freire nas pistas...

Para quem estava pensando em abandonar o automobilismo, um título ao final de 1978 foi uma baita injeção de ânimo para "Janjão".

Para 1979 a Confederação Brasileira de Automobilismo definiu que a Divisão 1, Classe A, passaria a se chamar Copa Fiat 147 e a revenda Jardim Itália bancou sozinha as primeiras provas da equipe de "Janjão" e Renato Conill na temporada. Lá pela metade do ano a equipe receberia o reforço da Mobil Super e da Taurus. Aquele ano seria muito movimentado com provas dos campeonatos Brasil-Sul (disputadas em Tarumã, Guaporé e Cascavel) e Brasileiro. Além dessas, a Jardim Itália participou também de algumas provas do Rio-São Paulo. Na chefia da equipe estava Laerte Kunzler e Mário Rambo liderava a equipe dos mecânicos. O campeoníssimo Clóvis de Moraes se juntaria ao grupo na metade da temporada, assumindo a preparação dos motores. Os novíssimos Fiat Rallye 1300 pesavam 700 kg e apresentavam muitas evoluções técnicas em relação ao ano anterior aumentando assim a importância dos preparadores e a possibilidade de desenvolvimento dos carros.

Antes do início da jornada de corridas, "Janjão" passou alguns dias na Europa atualizando seus conhecimentos sobre automobilismo, especialmente no que se referia à preparação dos motores Fiat, tendo conhecido inclusive a fábrica da Abarth, empresa responsável pele preparação dos carros de Rallye da montadora italiana.

Aquele ano ficou marcado, mais uma vez, pela intensa disputa entre "Janjão" da Jardim Itália e Walter Soldan da Glitz. A rivalidade entre os dois gaúchos e as duas equipes ultrapassou a fronteira do Rio Grande e pode ser vista também no Campeonato Brasileiro. Soldan levou a melhor e conquistou os dois títulos com "Janjão" sempre na cola, chegando ao vice em ambos. Em Interlagos, última etapa do Brasileiro, os dois tinham chances de vencer. A primeira bateria foi vencida pelo paulista Luís Otávio Paternostro, com "Janjão" em segundo e Soldan em quarto. Mas ao alinhar para a largada da segunda bateria, uma folha de eucalipto se alojou na passagem de combustível do carburador do carro #47, fazendo com que "Janjão" tivesse de parar no box após a largada, dando fim às chances do piloto da Jardim Itália levar o título.

Sobre essa rivalidade entre eles "Janjão" me falou: "quase nos matávamos nas provas, era uma rivalidade tipo Grenal, com torcida fanática para cada um dos lados. Disputávamos cada centímetro de pista e as vitórias eram por centésimos de segundo." Soldan completou: "a nossa rivalidade talvez esteja entre as cinco ou dez mais acirradas do automobilismo gaúcho. Foi alimentada pelo patrocínio de duas concessionárias Fiat, a Glitz (meu patrocinador) e a Jardim Itália, patrocinadora do "Janjão". Meu preparador da época era o italiano Giulio Groposo, meu amigo até hoje."

Abaixo as várias faces do carro #47 ao longo do ano e algumas amostras da rivalidade entre as equipes Jardim Itália e Glitz.


Fonte das imagens: Anuário Fiat e arquivo "Janjão" Freire.

3 comentários:

Paulo Schütz disse...

Rivalidade como não se viu, era certo para quem fosse ao autódromo, e era muita gente, torcidas divididas e garantia de espetáculos incríveis. Ambos eram pilotos répidos e extremamente combativos, muito acima da média, excepcionais, eu diria. Bons tempos, grandes corridas.

Anônimo disse...

Se minha memória não falha, na época dos Fiat 147 o Soldan além de pilotar os carros da Glitz ainda trabalhava como consultor técnico na revenda, isto antes de ser apresentador de programa de automobilismo na televisão. Quem lembra? Naquela época ele caprichava no penteado...com todo respeito.
Luiz Borgmann

Paulo Schütz disse...

Ele era Gerente Após Vendas na Glitz.